terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Alimentação do Desportista em Período de Férias de Natal: Um Teste ao Profissionalismo?

“Os jogadores do FC Porto não facilitaram durante as férias de Natal, portando-se bem durante os dez dias de descanso concedidos por Jesualdo Ferreira. Pelo menos gastronomicamente falando. Tanto assim que a maior parte deles voltou aos treinos sem ter acrescentado mais do que umas gramas ao peso com que foram de férias o que, refira-se, nesta quadra dada a doçarias nem sempre é fácil. Houve, inclusivamente, alguns jogadores que perderam peso durante as férias, até porque o Staff do FC Porto, como forma de controlar, fez questão de pesar os jogadores antes e depois desta mini-pausa de Inverno.”

In Jornal OJOGO, 30 Dezembro de 2006

Nesta altura do ano, é frequente o aparecimento de notícias que visam o estado competitivo no qual os atletas regressam ao trabalho. São muitos os factores que afectam este estado, dos quais se destaca a alimentação.
A alimentação no período de pausa competitiva, ao interferir com as reservas corporais de gordura, acarreta implicações na performance desportiva dos atletas. Neste sentido, deve ser pensada de modo a permitir um “excesso controlado”. Na quadra Natalícia, o risco de um atleta cometer erros alimentares que comprometam o seu rendimento desportivo é elevado, dada a oferta alimentar característica desta fase do ano. Ademais, esse risco será tanto maior quanto menor for o apoio nutricional prestado ao atleta, que incida sobre o impacto da nutrição no rendimento desportivo assim como formas de contornar as más opções alimentares sem tirar o encanto de uma boa mesa de Natal.
A alimentação no período de férias constitui assim um teste ao brio profissional do atleta, sendo que a reprovação neste teste representa menor capacidade competitiva no recomeço da temporada. Citando Joaquin Caparrós, “Um atleta está a treinar quando está a comer, quando está a descansar.”
Entende-se e recomenda-se portanto que os Clubes Desportivos apresentem determinados padrões de exigência no controlo da massa gorda dos seus atletas. No entanto, é importante referir que, para o poderem fazer, devem fornecer aos seus atletas ferramentas que lhes permitam alcançar os objectivos, através de apoio nutricional. Este deve constituir uma política integrada ao longo de toda a época.


Aproveitamos a ocasião para endossar a todos os leitores os sinceros desejos de umas boas festas na entrada do Ano Novo e um Excelente 2009.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Leite: uma nova bebida desportiva?

A utilização de leite de bovino como “bebida desportiva”, especialmente na recuperação após o exercício, tem sido alvo de crescente interesse e investigação. Há uma crescente evidência científica a suportar o uso de leite magro após o exercício por atletas que se submetem regularmente quer a treino de endurance, quer a treino de força. Os diversos estudos realizados nesta temática sugerem que o leite magro é tão ou até mais eficaz na promoção na recuperação do exercício que as bebidas desportivas disponíveis comercialmente, em ambos os tipos de treino.



O leite magro tem um número de características nutricionais que teoricamente o fazem uma potencial bebida de recuperação. Primeiramente, contém hidratos de carbono (lactose) em quantidades similares às encontradas em muitas bebidas desportivas no mercado. Contém caseína e proteínas do soro num ratio de 3:1 o que origina uma lenta digestão e absorção, resultando em elevações sustentadas das concentrações de ácidos aminados no sangue. Finalmente, o leite também tem também altas concentrações de electrólitos, que são naturalmente perdidos pelo suor durante o exercício.

Mais pesquisa será necessária para compreender melhor os mecanismos fisiológicos pelos quais o leite exerce a sua acção após exercício e treino, no entanto, o leite magro mostra-se uma bebida eficaz na promoção da recuperação após o exercício.