segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cafeína no Desporto


A cafeína é uma das drogas mais consumidas no mundo. Encontra-se nos grãos de café, folhas de chá, no chocolate, nas sementes de cacau, nas nozes de cola, no guaraná e acrescentado a bebidas gaseificadas.

No meio desportivo, são reconhecidos os benefícios da cafeína na optimização do rendimento do atleta. Em modalidades de tipo endurance, pode ajudar na redução da sensação de fadiga através do aumento da catabolização dos triacilgliceróis musculares e deste modo as reservas de glicogénio não se esgotam tão rapidamente.

Recentemente foi ainda divulgado um estudo onde foi observado que a ingestão de cafeína após a competição também é benéfica na reposição das reservas de glicogénio muscular se esta for ingerida em conjunto com hidratos de carbono.





Apesar deste efeito ergogénico, a cafeína foi retirada em 2004, da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial de Antidopagem. Temeu-se um aumento significativo do consumo desta substância pelos atletas, o que se verificou nalgumas modalidades como por exemplo no râguebi. Apesar dos efeitos secundários que possam advir do seu excessivo consumo já existem no mercado comprimidos de cafeína bem como bebidas destinadas a desportistas que incluem cafeína.


Actualmente, há quem defenda a proibição da cafeína no desporto. Fará sentido?

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá, gostaria de saber se realmente compensa ingerir cafeina para esportes, já que este inibe em muito a absorção de diversas vitaminas como por ex o calcio e vit. C?

Amorim, Gomes, Dias disse...

Caro visitante,
Agradecemos desde já o seu comentário.

De facto a sua questão é pertinente mas é preciso considerar os momentos de ingestão da cafeína.

Quando esta é ingerida antes da competição, a inibição da absorção de nutrientes como o cálcio e vit. C será mínima pois neste momento de pré-competição a cafeína deve ser ingerida isoladamente. é recomendado uma ingestão de 3-6mg/kg (Hespel et al, 2006).

Quando a ingestão de cafeína ocorrer após a competição poderemos ter uma redução da biodisponibilidade destes nutrientes pois é aconselhado logo após o exercício a ingestão de alimentos de elevada densidade nutricional. No entanto alguns estudos demonstraram que apenas se verifica um défice nutricional quando a ingestão destes nutrientes é inadequada e a ingestão de cafeína é excessiva (Massey et al, 1993 e Conlisk e tal 2000). O estudo que demonstrou os benefícios da co-ingestão de cafeína com hidratos de carbono foi realizado utilizando uma elevada dose de cafeína, 8mg/kg, (Pederson et al, 2008) o que poderá implicar défices nutricionais a longo termo.

Podem-se colocar várias questões:
Qual será a quantidade de cafeína que promove a máxima reposição de glicogénio muscular.
Qual será o limite de ingestão de cafeína, após a competição, de modo a não interferir na absorção adequada destes micronutrientes.
E também, qual será o limite de ingestão de cafeína para que os efeitos da desidratação não sejam nocivos à recuperação do atleta.

Em suma, são vários aspectos a ter em conta e que futuras investigações poderão esclarecer…