Tal como o “pantera negra”, todos os desportistas de alta competição, sujeitos a exercício físico intenso, apresentam uma depressão do sistema imunitário, estando mais sujeitos ao aparecimento de infecções, nomeadamente no trato respiratório superior. As causas que provocam esta imunodepressão são multifactoriais, dentro das quais se inclui, com uma importância acrescida, um regime alimentar desequilibrado. Deficiências dietéticas de energia, proteínas e micronutrientes específicos estão então associadas uma função imune deprimida e a uma maior susceptibilidade a infecções.
Recomendações gerais para a manutenção da função imune dos atletas:
· ingestão de uma dieta suficientemente equilibrada para ir de encontro às suas necessidades energéticas.
· consumir 30 a 60 gramas de hidratos de carbono na forma de bebida durante exercício prolongado parece atenuar efeito imunossupressores do mesmo exercício.
· dietas muito ricas em gorduras prejudicam alguns aspectos da função imune celular.
· em atletas com dietas de restrição energética é vantajosa uma suplementação vitamínica.
· ingestão adequada de ferro, zinco, vitaminas A, C, E, B6 e B12, no entanto…
· o consumo de megadoses de vitaminas e minerais não é aconselhável, já que excesso de certos micronutrientes deteriora a função imune.
· a suplementação em antioxidantes poderá ser, ou não vantajosa. Por um lado diversos estudos têm demonstrado o efeito protector contra os danos no músculo induzidos pelos radicais livres que se verifica após a suplementação dos principais antioxidantes, no entanto, outros estudos demonstram que um desportista tem os seus mecanismos antioxidantes endógenos aumentados, pelo que a suplementação se mostra desnecessária.
· diversas evidencias sugerem a glutamina como um ácido aminado imunoestimulante. Também a suplementação de ácidos aminados de cadeia ramificada está associada ao melhoramento da função das células imunitárias, para além contribuir para a manutenção dos níveis plasmáticos de glutamina após o exercício.
Nota: O uso de suplementos deve acontecer apenas em casos específicos e em último recurso e sempre pela recomendação do nutricionista.
Queremos então demonstrar que a alimentação de um atleta tem que ser encarada de uma forma muito séria, rigorosa e profissional, já que para além da performance desportiva esta pode condicionar muitos outros aspectos da sua vida.
1 comentário:
Bem, tentei inserir um comentário na temática sobre a hidratação em atletas praticantes de modalidades desportivas no meio aquatico mas por erro na pagina nao me foi possível, por isso escrevo aqui. Pois bem, eu já fui durante alguns anos, atleta nesta área, ao qual me pronuncio de forma de crítica construtiva, retóricamente, relativamente ao estudo, por vós, apresentado.
Penso que neste estudo não é debatido, convenientemente, outro factor que deve ser tido em consideração nos desportos aquáticos,que é a respiração feita pela boca, principalmente a inspiração. Na natação, por exemplo, todos os nadadores são instruidos a inspirarem sempre pela boca e expirarem pelo nariz para uma melhor performance. Se pensarmos em competição, em que os ciclos respiratórios são executados a uma rapidez estonteante, durante a inspiração acumula-se agua na boca, que é muitas vezes engolida pelo atleta, ou apenas absorvida pela mucosa bucal, mesmo que em pequenas quantidades. Será, entao, tao importante aquilo que transpiramos se, de facto, estamos constantemente a repor?
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